terça-feira, 3 de janeiro de 2012

o Mago que era Magro


















O Mago, magro e alto com olhos de peixe e espinha dorsal no peito, que salta, cada vez que é puxado a terra, como um cavalo-marinho obrigado a cavalgar sobre o peito até ao mar. Cansado de calcorrear clarividência, deseja apenas as trevas da serenidade. Da tenra idade de anfíbio, apenas guarda fotografias de certeza. Viveu todas as vidas, esteve em todos os corpos desses que têm prazer logo dor. E do amor, desse cliché herdou a hipocrisia, aristocracia certeza da crença no além. Dos joelhos e ombros saem ossos que espetam vícios onde se deitam, agulhas que tatuam de droga veias inchadas de encantamento. Enfim o Magro está cansado de ser Mago, da alquimia sentimental investiu na economia do corpo, dê-se o corpo aos animais, patadas na porta quebrarão fechaduras e dessas fugas, vazias manjedouras permanecerão em vão, pois o Mago será sempre Magro.

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