segunda-feira, 4 de abril de 2016

2009-2016 a idade dos porquês










Porque escreves como se soubesse o que dizes? Dizes como se soubesses o que sentes! Sentes como se soubesses o que calcas! Calcas como se soubesses o caminho! Caminhas como se soubesses a distância! Distancias-te do porquê inicial como se soubesses.

domingo, 20 de setembro de 2015

apneia vil



















Aprofundar é também asfixiar, asfixiar é poluir o ar com significado vil. No princípio era o verbo, gemido primordial sem prefixos e outros crucifixos. Quem longo mergulha acaba por sempre alcançar mais fundo, neste fundo sem fim no fim do mundo só a quietude não consume oxigénio lexical. Porquê então o desejo de mergulhar? porque há esperança no submergir erecto no leito do mar que nos devora a curiosidade e a vitalidade, até lá bem nas profundezas do limiar da vida existem os Everestes invertidos da esperança. 





quarta-feira, 1 de julho de 2015

Senhores de fraque, fracos de piça






















Sinto-me rico em austeridade, essa palavra 
de autoridade, desses senhores 
de fraque de piça nó de gravata.
De tanto cortar, cortar, cortar, fizeram de mim gourment de Pessoa 
fino, fatiado, e recheado de nada.
... Dinheiro manteiga em torradas esperanças não mais assustam mendigos migalhas,
tiros e facadas na cara, balas alojadas em mentes aplanadas, fotos, sapatos, 
unhas rasgadas, beijos tremules em pernas firmes de incertezas danadas.

terça-feira, 24 de março de 2015

jaz sereno em vida para que longa seja a morte



















Nunca temas a morte, pensa todos os dias nela e abraça-a à noite com um sorriso de boa noite, nunca morrerás efectivamente se tiveres com consciência dela, a consciência é eterna. Dilui o pavor nessa mentalização, agora e já, treina-te em vida para viveres o pós vida. Apenas quando morreres realmente despertarás para tal, como despertaste para a vida terrena quando abriste os olhos pela primeira vez e sacudiste um choro. Foste tu que escolheste os teus país para a este mundo voltares, para continuares o ciclo da memoria/dor terrena, mais atenuada ou aguçada, esse karma foi escolha tua, tua função última neste corpo herdado, será em ciclos de escolha de vida e morte de regresso a este Mundo, harmonizares, até a uma fase que da morte não tenhas mais que regressar a este plano, e consigas para longe de quimeras ou paraísos prometidos penetrares a supra-consciência dos inícios, que eternamente se estão a verbalizar em vórtices expansivos.

 Assim sendo, toca o teu melhor clarim, assobia baixinho com compaixão e sabedoria na fronte e sem cegares em chamamentos hedonistas ou de temor, treina o silêncio nesta vida terrena. A vida não é mais que uma oportunidade dada ao teu corpo de se libertar de vez de tanto ruido acumulado em forma de gente e genes. Nada temas e na jornada pós-vida, nos primeiros 2 meses que durará a viagem escolhe a duvida e salta sereno para o abismo, não voltes cá, não fujas, nada temas aos julgamentos e figuras aterradoras que enfrentarás, por vezes petrificado outras maravilhado, confuso, com ânsia de voltares a escolher uma nova família terrena para para te redimires num novo corpo, diz não no processo. Interrompe o teu Karma espiritual e terreno, segue sereno, e quebra o ciclo karmico deste plano. 
Torna-te matéria primordial sem memoria e jaz sereno num novo big-bang que iniciaste. (Pedro Tiago 26.12.2014)