quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Come rapaz que andas escanzelado


















Tigeladas de stress pela manha, dois tragos de lucidez entram pela persiana não lhe sinto a força e não me incomoda o sono vindouro, essa lucidez já não me desperta demónios. Cada dia que passo sou mais um aglomerado de teclas pc com tento a aguarelas pincel, mas das duas,… três,… ou serei um eloquente louco, ou um louco eloquetemente doente da doença da eloquência,… sem me desdobrar mais em fatias pseudo-trocadilhais-do-carilho, sinto que é altura de conquistar a massa critica, seja ela brega ou erudita. A noite vem em passos drunfados de sono pincel e assim as palavras já fluem para becos cósmicos para que mesmo incompreendidas tenham fuga possível,…só a noite nos liberta da prisão de ventre verborrial acumulada durante o dia.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

cordeiro de deus











Vi livros fumarem-se em cancros de resignação, metro sim metro sim lá ia mais um livro a ler-se de óculos rebaixados na penca, ora leitura erudita, ora essa dita escrita que todos abrange e nada diz e tudo dita. Pontapeei dois verbos sujos entre dentes até conseguir sair fora dos trocadilhos do caralho em que se tornou a interpretação do mundo. Vejo setas, signos, sinais, cantos mal cheirosos que me indicam onde devo mijar esta vontade de sair fora do amontoado. Fora sou um marginal, dentro sou um animal, e se em “dentro e fora” se conjuga o verbo foder porque então não procurar o efémero êxtase nessa louca transumância. Cordeiro de Deus és, em pés de bode te tornarás

sábado, 1 de outubro de 2011

corpo petrificado















Ossos são cinzas herdadas da dor, essa dor que só pertence à carne que lhe sustenta o pensamento. O coração bombeia-nos pensamentos que evitamos seguir toda um vida para bem dos carris lúcidos que nos encaminham para o vácuo terreno. Penduramos assim corpos no cabide da vida para que um dia as plumas da dúvida nos sustentem a esperança de algo. Reifica-se o sangue, materializam-se as cinzas em carbono diamante, petrifica-se o corpo para que a dúvida flutue.