segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

círculo cobra




















o círculo,
O círculo vale 0, porque acaba por se chegar ao fim desse mesmo inicio, nessa plataforma sou guiado pelo trance do eterno retorno a não me perder do caminho. O loop inicia uma velha viagem. Visito o pó dos teus avôs cada vez que inspiro o teu espirro, nojo eterno esse pulsar. Se deres por ti com um sintoma repetitivo, um maneirismo intransigente não é neurose localizada de um mal, é apenas o pó que se quer soltar, sacode-te e quebra o pescoço retórico. Lá na terra das procissões, há muito se percebeu que as maleitas se excomungam através do ritual, fazer o mesmo percurso com os mesmo andores carregados nas ombreiras da dita retórica cervical levam-nos a transportar o sagrado por terrenos profanos. Violado e exposto ao mundano, a cânticos e bombardeamentos florais intoxicados pelos fumos dos phallus de cera, que ao longo do percurso perdem vigor e luz, retoma-se assim ao inicio purificado. Ciclo menstrual de ideias, fertilização do éter é a cobra a comer-se pela sua própria cauda elevada aos céus. Deus é assim auto-antropofágico. Trinco um dedo e sinto-lhe a dor porque só a ELE pertence o prazer. O círculo vale 0.

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