quarta-feira, 2 de novembro de 2011

dentes cerrados por cimento ouro















ainda ontem serás alguém e hoje já não foste ninguém porque aprendes a viver em tempos verbais errados, a culpa não é do tempo verbal mas sempre do próprio verbo, essa acção imposta às palavras como se elas a pudessem exercer em vez da acção.Morrer é um verbo giro, toda a gente o escreve e conjuga, mas nunca ninguém morreu verdadeiramente nele. Palavras são assim folhas de divida externa, lugares de especularização e valorização que rapidamente caducam conforme o tempo verbal do sujeito que as inflacionou. Cansado de Outonos, mas nunca das folhas caducas que caem devido apenas à gravidade e nunca há gravidade da queda ou ao medo da mesma, apostei na bolsa do descrédito para que as minha cotações interpretativas se tornem ouro, esse material que não desvaloriza e não se conjuga.

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