Ontem fiz download de um orgasmo, mas
vinha com bug, contudo descarreguei umas boas quantidades de energia potencial, - ou em
calão que gosto de utilizar-, vi-me todo. Mas por escassa fracção no sistema uma
qualquer memória afectiva relembrou-me que em tempos idos o sexo era carnal. Canibal. segundo alguns autores primitivos do século XX. Codifiquei então num desses wikipédias que me implementaram sobre aprendizagem humanoide dos processos
cognitivos rupestres, que nosso ancestral homo
sapiens sapiens tinha uma fixação em comer. Ingerir corpos, só não chupavam Mercedes porque naquela altura ainda eram de metal e de metal era a
minha tetravó e já estava conectada para a grande meta-final, à qual pertenço, o
homo-diamante. Feliz e eterno nesta fixidez em que tudo viajo pelas injecções de adn de meus/teus ancestrais, tenho curiosidade espalhada pelos cabos, de saber
como foi. Tocar, tocar-te, tocar-me, tocarem-me. Por mais programas que descarregue
sobre os idos cinco sentidos pragmáticos, talvez seja esse que mais sinto
saudades, esse conceito que apenas aprendi com um combinado químico de
moléculas que vou descarregando para o sistema com o aroma dela, da Eva
Inicial.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
abrir o peito ao medo
pensa,…amanha estás morto teus sonhos
morrerão primeiro que o teu corpo, vais-te agarrar ao concretismo para nessa
agustia sobreviveres até lá. Assim das duas três, evitar refletir, olhar para o
lado assobiando, delinear uma agenda preenchidíssima para assim o tempo passar depressa
e despertarmos para tal já falecidos. Isso, ou abrir o peito ao medo. Profanar
todas as ideias e esperanças pré-definidas. Manter a mente clara e iluminada
que já pertencemos ao passado tal como nossos antepassados e o mundo vindouro, que
está na barriga deste, gritando por pariu, só depois de descermos até à cave do
medo mais profundo, haverá esperança que nasça e grite de saúde por uma
consciência maior. Dilatar, respirar, procurar na ambivalência beijar a flor e
o espinho com mesmo carinho, membros do mesmo corpo é também desenhado o corpo
biológico/espiritual do agora. Serei o teu melhor amigo que te esquecerá tal
como o wikipédia quando morreres. Não penses num mundo melhor, ninguém se lembrará
de ti daqui a 100 anos. Evita lutar, pois cria inércia, taquicardias e ficas
mais feio. Despe o pensamento do ter que deixar testamento, património material
ou imaterial, filhos educados, livros esclarecidos, entidades certificadas,
empresas no psi20, ideologias de bandeiras, brincos de ouro, obra artística,
nada, nada a deixar. Tudo que deixares no sangue materialista deste mundo se
evaporará no ar com o Tempo. Faz parir o pavor em ti que te estremeça ao ponto
de abalar apenas a noção disto, pois a acção está em curso há milénios.
domingo, 30 de setembro de 2012
Moondog
Filho de uma Loba e um meteorito fecundativo, nasci eu. Condenado à nascença, aborto clandestino, sangrei por mim e por tantos outros gémeos a mim iguais, mas eu teria de nascer dessa fusão, cartas de oráculos esvoaçaram e Lua Mãe fez-me parir na mesma, e assim gritei orgasmos invertidos quando vi o pai Sol, ali tão central, tão celestial. Eu era apenas mais um ofuscado da energia vital que o meu Pai Sol tinha ejaculado naquele meteoro. Já em Terra, terra fria de deuses e deusas, pessoas, servos e cervos, cada um artilhado de hastes, leques e antenas lá íamos colocando e sintonizando o que sobrava deste nosso início sexual cósmico.
domingo, 5 de agosto de 2012
sangue tinto
Só a dor faz escrever com as palavras
certas, escrever sem dor é jornalismo misantropo e mesquinho do ego. Belo aquele
a quem as palavras escorregam garganta fora com a facilidade que o veludo vinho
galopa veias dentro. Nem vinho nem dor nestas horas de escolher a fonte, apenas
casacos perfumados de pretensão. Vampiresca intenção de por momentos ter-te
sugado o sangue que te irrigou a atenção nesta leitura.
domingo, 27 de maio de 2012
Terá Deus tesão?
Tudo que cative a atenção por mais de
2minutos é de conteúdo pornográfico.
Aquela imagem, aquela mota, aquela miúda, aquela publicidade, aquela notícia, aquele silêncio. Tal como o conteúdo pornográfico, de conteúdo tem pouco mas o resultado está consonante com a intenção. Entenda-se pornográfico como algo que nos prenda a atenção, que nos aliene de nós por momentos e que explore apenas os tendões galopantes da nossa superfície. Terá Deus tesão? O explodir de uma estrela não será um orgasmo divino? São dúvidas como esta que um ateu-agnóstico-crente se debruça aquando da masturbação mental, e ó gente, quantos intelectuais não andam para ai de pila na mão a mostrar literariamente ou televisivamente ideias separadas da emoção. Cabeças da razão que rolam sobre elas mesmas, com olhos peixe com visão periférica sem contudo se verem a si próprios… Deixa-te disso e degusta o gelado, não te vá derreter na mão antes que exploda outra estrela algures no teu Ser.
Aquela imagem, aquela mota, aquela miúda, aquela publicidade, aquela notícia, aquele silêncio. Tal como o conteúdo pornográfico, de conteúdo tem pouco mas o resultado está consonante com a intenção. Entenda-se pornográfico como algo que nos prenda a atenção, que nos aliene de nós por momentos e que explore apenas os tendões galopantes da nossa superfície. Terá Deus tesão? O explodir de uma estrela não será um orgasmo divino? São dúvidas como esta que um ateu-agnóstico-crente se debruça aquando da masturbação mental, e ó gente, quantos intelectuais não andam para ai de pila na mão a mostrar literariamente ou televisivamente ideias separadas da emoção. Cabeças da razão que rolam sobre elas mesmas, com olhos peixe com visão periférica sem contudo se verem a si próprios… Deixa-te disso e degusta o gelado, não te vá derreter na mão antes que exploda outra estrela algures no teu Ser.
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