Nunca gostei do teu traço, da tua imagética, via-te como um
freak grotesco que chocava pela estética pornográfica, mas cedo vi nos
teus desenhos o Futuro que assombra meus pensamentos. Continuo a não gostar da
tua estética e muito menos dos pensamentos que criaste em mim, por isso te
respeito imenso. O teu legado é permitir-me perceber e lutar para que nunca seja
legado para lá da obra. Criaste em mim a noção do Homo-Diamante que tanto
abomino como idolatro, essa necessidade intrínseca no Ser-Humano de
materialização da eternidade hedonista. O dito processo cientifico-ò-evolutivo
da medusa, estrela do mar, reptiliano, australopiteco, habilis, sapiens-sapiens.
Cidades-Indivíduos com memória assente
na cadeia genética de toda a humanidade que regozija, agora, orgasticamente de
prazer constante num planeta morto. A Meta-Ciência como fim indestrutível
da redundância angustiante que é/era a Morte. Já não há morte, apenas circuitos
fixos de upload e download de orgasmos constantes num sistema fechado à vida
decadente do erro e dessa efemeridade erradicada, a MORTE. Por isso digo, e
venha a nós a morte para que a vida continue, algures, aqui e ali para onde
agora foste. Que a tua existência viva agora e plena nos planos mais claros que
jamais serão pintados.